Lição do dia: Como não se comportar no último ano de mandato




O Brasil cresceu consideravelmente nos últimos anos.

Nos tornamos uma espécie de líder na América do Sul, conseguimos controlar a inflação, e elevamos o índice de confiabilidade internacional. Isso sem contar a maneira surpreendente que saímos da crise financeira. Esses 7 anos que se passaram, apesar de todos os escândalos políticos, foi um período vitorioso num contexto geral.

No entanto, há uma ressalva a se fazer. Neste ano, nosso presidente anda dando uma mancada atrás da outra.

Primeiro escolheu um boneco ventríloco como candidato à sucessor. Dilma Rousseff não tem nem de longe 30% da empatia que o trouxe ao Planaldo Central. Como bem disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma é como a lua, não tem luz própria, e, portanto, utiliza a luz do sol para que seja vista.

Ainda não contente com nossos incontáveis problemas internos, Lula quer se envolver também com os problemas alheios. Foi fazer uma pretenciosa visita no Oriente Médio, como se fosse ajudar muito nas negociações de paz em um ambiente onde a guerra já é cultural. Estava no Oriente ao invés, por exemplo, de presenciar a cerimônia de posse do novo Presidente Sebastián Piñera que, ao meu ver, seria bem mais beneficiária ao país, uma vez que estreitaria muito as relações entre Brasil e Chile.

Para terminar, vão aumentar a taxa de juros. Não foi ontem como previsto por alguns analistas, mas na reunião que acontecerá em 28 de abril um aumento de pelo menos 0,5% na taxa SELIC é praticamente certo. Essa medida serve para controlar a inflação, mas, como efeito colateral, amarra o desenvolvimento do país.

É uma pena, porque toda vez que o Brasil engatilha um crescimento sustentável alguém aparece para segurar a demanda interna e desestimular a indústria.

Decepcionante.

Mudança no template

Como podem observar, dei um upgrade na aparência do blog.
Além disso adicionei uma ferramenta de anúncios do Google que aparece no final de cada postagem, já incluindo esta.
Espero que gostem.

A Bolsa, como ela é...

Expectativa.

Sim, o imprevisível mercado acionário se resume basicamente nesta expressão.

Oras, dirão os mais informados, para que servem então todos aqueles analistas financeiros, as complexas análises fundamentalistas, os grafistas com suas análises técnicas, o estudo de mercado, e a lista das 10 mais da Você SA se tudo está a mercê de o que os investidores acham que vai acontecer no futuro?

Nada, eu respondo, além de tentar passar uma sensação de segurança em um lugar onde quem reina é o caos.

A Bolsa, segundo Keynes, assemelha-se a um cassino. O fato de você ter tirado 6 no dado no passado não aumenta a possibilidade de repetir o feito numa segunda ocasião.

Obviamente, uma análise fundamentalista para um investimento a LP, ou técnica para o curto ou DT podem ser ferramentas úteis, desde que você não as considere como verdades absolutas. O fato é que nenhum analista do mundo pode prever o futuro. Eles podem apontar tendências, suposições e expectativas, mas nunca estarão 100% convictos de que suas previsões estão corretas.

O mercado só é instável por causa da expectativa. Todos, não só você, estão no mesmo barco esperando o primeiro gritar "Abandonar o navio" e aí todos pulam na água. Ou melhor: se parece ainda com aquela brincadeira de festas juninas, onde alguém grita "Olha a cobra" e todo mundo vai para o outro lado, até que essa mesma pessoa diz "É mentira..." e todos passam a caminhar para onde estavam indo antes. Simples assim; a famosa manada de touros em que um acompanha outro sem saber onde vai chegar.

Para lucrar com ações a estratégia é mais óbvia que parece. Você deve comprar quando todos querem vender, e vender quando todos querem comprar. Em outras palavras, ser um touro rebelde da manada dos iguais.

Tomaremos a crise como exemplo. Alguém gritou "Olha a cobra", que era a crise, e o mercado se comportou negativamente. Quem estava no barco pulou, quem estava no porto não embarcou. Os papéis, mesmo os blue-chips, desvalorizaram-se gradativamente. Alguns de maneira assustadora. Grandes investidores migraram para o conservadorismo, como renda fixa e poupança. Este era o momento ideal de pegar a sacolinha e ir às compras, agindo como se fosse uma liqüidação: "KLBN4 à 2,86; VCPA4 à 8,51. Corram, venham comprar, pois é por tempo limitado!". E realmente era.

Quando, enfim, disseram "É mentira...", que era a tal da marolinha do Lula, o mercado se reaqueceu. Bancos, antes temerosos, passaram a liberar crédito, empresas que estavam demitindo, aos poucos, passaram a contratar, e, hoje, a Bolsa encontra-se novamente em ascenção. E dou um doce para quem descobrir algum analista, com excessão do Roubini, que tenha feito uma previsão de queda de 70% do valor de alguma ação antes ou durante a crise.

Como disse, ninguém pode prever o futuro.

O mercado de ações é um jogo. Os riscos existem, porém, são calculados, e, ao menos que você seje muito teimoso, dificilmente perderá mais que 50% do seu capital.

Portanto, arrisque. Coloque um pouco de pimenta na sua vida. Torça, vibre, estude. Leia muito, mantenha-se sempre informado e jogue. Na final, quem pode ganhar o título do campeonato realmente é você.

Mas lembre-se de mim quando topar os analistas...

Dilma x Serra



E chega mais um ano eleitoral.

William Bonner diz "Boa noite" mais cedo, o jogo de quarta-feira termina mais tarde e o país fica um pouco mais poluído com os "santinhos" jogados na rua. Isso sem contar os 20 intermináveis minutos diários do Programa Partidário Obrigatório, que, se fosse tão interessante mesmo, nem precisaria ser obrigatório.

Enfim, é ano eleitoral. E neste ano, mais que uma disputa entre indivíduos e partidos políticos almejando o supremo poder da Terra Tupiniquim, teremos uma épica e intrínseca batalha entre duas correntes filosóficas econômicas. Dilma x Serra. PT x PSDB. Keynesianismo x Neoliberalismo.

Explico.

Nem todo o governo tem ambas características. O Governo Lula, por exemplo, aplica uma política de contensão inflacionária considerada conservadora ao mesmo tempo que basea-se nos pressupostos Keynesianos quanto ao consumo e renda, bem como em sua preocupação com o desenvolvimento de obras públicas e projetos sociais.

Já no governo tucano, tivemos a privatização de diversas empresas estatais como uma forte característica neoliberalista, mas não detectamos qualquer elemento relevante oriundo de uma intervenção do estado.

Em outras palavras, a ideologia do PSDB é visivelmente amparada pela Lei de Say, pelos conceitos fisiocratas de mercado e pela rejeição da política anticíclica, que no ponto de vista clássico seria uma rédea no desenvolvimento. O PT, ao contrário, adotou uma política intervencionista, dando um papel regulamentador ao estado baseado na teoria de John Maynard Keynes.

Portanto, não é incoerente afirmar que estamos diante de um momento ímpar na história política e econômica deste país. Temos a oportunidade de escolher se queremos ou não o estado em nossas vidas, se a política que está sendo adotada é o melhor caminho para o desenvolvimento e se a intervenção governamental na economia se faz mesmo necessária.

A decisão é nossa.