O País do futuro

Brasil!
Terra fértil onde tudo se planta.
País do futebol, das mulheres bonitas, do samba.
Do Maracanã, do Pantanal, da Garota de Ipanema. E da Cidade Maravilhosa onde mora o Cristo Redentor que permanece de braços erguidos como se esperasse mais um assalto.
Nada de novo no país do futuro. E aqui, como sempre, vale de tudo.
Vale filha matar os pais pra ficar com a herança e depois ainda ter regalias na prisão.
Vale político construir castelo em Minas Gerais enquanto crianças morrem de fome lá no sertão.
Vale traficante fugir de presídio de segurança máxima pelo portão da frente.
Vale lei seca, vale reforma ortográfica... Vale mensalão.
Mas tenho boas novas, caros amigos. Nem tudo está perdido!
Já mudou muita coisa aqui na terra tupiniquim.
São proibidos jogos de azar, como bingo e caça-níqueis, mas fique à vontade se quiser apostar na Mega-Sena.
As drogas também são proibidas, pois geram violência. Mas você pode pedir para o seu filho ir ao supermercado comprar uma garrafa de pinga e um maço de cigarros.
Criamos também o Bolsa Família que ajuda a aquecer a economia dando peixe pra quem poderia ser ensinado a pescar.
E todo ano batemos recordes e recordes de exportação de matéria prima para depois importarmos o produto acabado por um valor doze vezes mais caro.
Sem contar que ainda somos obrigados a trabalhar quase quatro meses do ano para financiar isso tudo!
O fato é que realmente somos o país do futuro. Porém, jamais deixaremos de ser.
Pelo menos até que alguém invente um jeito do Brasil se tornar o país do presente.

O dia...

Levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia que terei hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças a Deus por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por terem me concedido a oportunidade de conquistar o que almejo.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter um emprego.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ele ter me dado um lar.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de conhecer pessoas novas.
E, no fim da noite, se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter o amanhã para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser que ele seja. E sou eu o escultor que pode lhe dar forma.
Tudo só depende de mim.

Entenda a origem da crise

O momento delicado que vive a economia mundial devido à crise financeira que tomou conta das principais manchetes de todos os jornais teve início nos Estados Unidos, em Março de 2007.

Naquele período, a economia americana estava sublimemente saudável. Isso fez com que surgisse um sentimento de “quero mais” nos investidores, nos bancários e até mesmo nas pessoas comuns que passaram a comprar descontroladamente em função do excesso de crédito disponível no mercado.
Com dinheiro de sobra e visando maior lucro, as financiadoras começaram a confiar demasiadamente nos chamados “subprimes” que são empréstimos de segunda linha, ou seja, linhas de crédito para quem não tem um bom histórico de pagamento de dívidas.

O então bom momento econômico, que além das excelentes condições de financiamento ainda incluía baixíssimas taxas de juros, fez os americanos se entusiasmarem e se endividarem com a compra de imóveis.



As financiadoras, por sua vez, transformaram os empréstimos hipotecários em títulos, e os venderam à outras instituições financeiras. Devido à grande de inadimplência, esses títulos hipotecários passaram a ser considerados papéis podres (sem liqüidez), dando origem a uma quebra bastante significativa no faturamento dos bancos envolvidos.

Temendo pelo pior, os correntistas e acionistas dessas instituições procuraram retirar todos os seus ativos na tentativa de evitar que eles se desvalorizassem, piorando ainda mais a situação do sistema bancário norte-americano e originando essa crise generalizada que demonstrou uma fragilidade inescrupulosa do sistema capitalista.

A primeira vez...

Quem não se lembra do primeiro beijo ou do frio na barriga sentido na primeira apresentação de um trabalho escolar?
A primeira entrevista de emprego ou a primeira vez que pegou um carro sozinho?
O primeiro dia de trabalho, e, mais importante ainda, o primeiro salário?
O primeiro dia na escola e a primeira prova na escola...
Não é tão diferente de uma primeira postagem em um blog. Você sabe que pode fazer, mas não sabe muito bem por onde e como começar.
E a dúvida sobre o que virá a partir do primeiro passo é a mesma em todas as situações.
Talvez, e muito provavelmente, a primeira vez não sairá com perfeição.
Talvez a insegurança seja maior do que o desejo de continuar.
Talvez o começo seja tão excitante que aumente o desejo de continuar.
Quem sabe?
Mas a graça está na incerteza. A primeira vez é a prova concretizada de que você é audacioso o suficiente para ao menos tentar.
E no meu modo de ver, o primeiro passo é a chave do portão que leva ao desconhecido, a um mundo de coisas novas.
E esse mundo me atrái pelo simples fato de não conhecê-lo ainda.
Mas essa ainda é só a primeira vez...

O caminho não escolhido

Num bosque amarelo dois caminhos se separavam
Lamentando não poder seguir os dois
sendo apenas um viajante, fiquei muito tempo parado
Olhei para um deles tão distante quanto pude
Até que se perdia na mata;
Então segui o outro, como sendo mais merecedor
E vendo, talvez, melhor direito
Porque coberto de mato e querendo uso
Mostrava que os que por lá passaram
o tinha realmente percorrido de igual forma.
E ambos ficaram naquela manhã
Com folhas que passo nenhum pisou
pois aguardei primeiro o outro dia.
Mas depois de muito refletir
E, embora sabendo que esse caminho levava para longe,
Embora duvidasse que algum dia pudesse voltar
Disse suspirando,
Em algum lugar, depois de muito e muito tempo:
Em um bosque amarelo, dois caminhos se separavam, e eu...
escolhi o menos percorrido.
E isso fez toda a diferença.


Robert Frost, 1916