A primeira vez...

Quem não se lembra do primeiro beijo ou do frio na barriga sentido na primeira apresentação de um trabalho escolar?
A primeira entrevista de emprego ou a primeira vez que pegou um carro sozinho?
O primeiro dia de trabalho, e, mais importante ainda, o primeiro salário?
O primeiro dia na escola e a primeira prova na escola...
Não é tão diferente de uma primeira postagem em um blog. Você sabe que pode fazer, mas não sabe muito bem por onde e como começar.
E a dúvida sobre o que virá a partir do primeiro passo é a mesma em todas as situações.
Talvez, e muito provavelmente, a primeira vez não sairá com perfeição.
Talvez a insegurança seja maior do que o desejo de continuar.
Talvez o começo seja tão excitante que aumente o desejo de continuar.
Quem sabe?
Mas a graça está na incerteza. A primeira vez é a prova concretizada de que você é audacioso o suficiente para ao menos tentar.
E no meu modo de ver, o primeiro passo é a chave do portão que leva ao desconhecido, a um mundo de coisas novas.
E esse mundo me atrái pelo simples fato de não conhecê-lo ainda.
Mas essa ainda é só a primeira vez...

O caminho não escolhido

Num bosque amarelo dois caminhos se separavam
Lamentando não poder seguir os dois
sendo apenas um viajante, fiquei muito tempo parado
Olhei para um deles tão distante quanto pude
Até que se perdia na mata;
Então segui o outro, como sendo mais merecedor
E vendo, talvez, melhor direito
Porque coberto de mato e querendo uso
Mostrava que os que por lá passaram
o tinha realmente percorrido de igual forma.
E ambos ficaram naquela manhã
Com folhas que passo nenhum pisou
pois aguardei primeiro o outro dia.
Mas depois de muito refletir
E, embora sabendo que esse caminho levava para longe,
Embora duvidasse que algum dia pudesse voltar
Disse suspirando,
Em algum lugar, depois de muito e muito tempo:
Em um bosque amarelo, dois caminhos se separavam, e eu...
escolhi o menos percorrido.
E isso fez toda a diferença.


Robert Frost, 1916

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