Taxação do capital estrangeiro: Devaneio do Mantega ou Protecionismo de Mercado?




Andei lendo alguns comentários no site da
Mycap e no Uol e notei que tem muita gente equivocada sobre a taxação do capital estrangeiro imposta a partir de hoje pelo governo.

Seguramente, posso dizer que essa medida não visa ajudar os exportadores, não serve pra elevar o preço do dólar, não tem nada a ver com a crise financeira e muito menos é ruim para o pequeno investidor. Simplesmente é uma ação defensiva - já existente, inclusive, em outros países - que inibe a ação do capital especulativo estrangeiro, ou seja, os "Gringos" que investem sem comprometimento algum com as empresas ou com o país, pensando exclusivamente na oscilação do mercado.
Portanto, sugiro que analisem com cuidado.

Particularmente eu não creio que seja um "bicho-papão" como estão dizendo. A princípio, obviamente que a decisão afetará a curva de oferta e demanda dos papéis negociados na BOVESPA, mas ainda sim eu vejo a taxação como uma medida que já deveria ter sido adotada há muito tempo.

Afinal, se querem especular, eles que especulem nos seus respectivos países, oras!

O "ser especulador"

A Bolsa subiu, o Dollar permaneceu, o Button foi campeão e o Brasil está na copa.

Mês mais do que sem graça! Nenhum acontecimento verdadeiramente digno de um comentário aqui no
blog.

Exceto o fato de que um grande amigo está prestes a entrar corajosamente na tempestade inescrupulosa que é o mercado financeiro. E, se não bastasse, de maneira declaradamente especulativa, fria, com requintes de crueldade, transpassando uma mensagem meio que subliminar do tipo "Desenvolvimento sustentável que nada, eu quero é money!".


Sorte à ele. E só, porque dom, ele já tem.

De qualquer forma, o mês de outubro não pode passar despercebido. Por isso, revolvi postar um trecho retirado do Livro "Os Axiomas de Zurique" (isso não se trata de link patrocinado) com o intuito de mostrar um pouco sobre o que é ser um "ser especulador".

"Estratégia Especulativa

Especificamente, o que o 1º Axioma aconselha a você fazer com o seu dinheiro?

Manda arriscá-lo. Não tenha medo de se machucar um pouco. Geralmente, a taxa de risco em que estará envolvido não chega a ser de arrepiar os cabelos. Ao se decidir a enfrentá-la, estará se dando a única chance realista de pôr-se acima da pobreza.


O preço a pagar por esta chance gloriosa é um estado de preocupação permanente. Esta preocupação, porém, insiste o 1º Grande Axioma, não é a doença que a moderna psicologia acredita ser. É o molho forte e picante da vida. Quando você se habituar com seu gosto, não passará mais sem ele.
"

Tempo, tempo...

Pra que tanta pressa, Tempo? Você já foi mais calmo, mais maneiro. Naquele tempo você era mais Tempo, ou tinha mais tempo, sei lá. Hoje é essa agonia, essa ansiedade.

Lembra que Dorival Caymmi demorou 9 anos para compor João Valentão? Pois é. Hoje basta uma noite para alguém compor uma sinfonia, um dia para produzir um filme, uma hora para escrever um livro, um segundo para parir um poema. Filmes, discos, livros que ninguém irá curtir direito, por falta de tempo.

Por causa dessa sua paixão pela velocidade, já não bebo com meus amigos, não converso com meus filhos, não namoro minha mulher. Ainda bem que eles nem percebem, não dá tempo.

Amar demora muito. Como amar o que não se tem tempo de conhecer? O máximo que eu consigo é dar uma checada rápida, pisando no freio e no acelerador ao mesmo tempo, como fazem os pilotos de Fórmula 1 para não perder tempo nas curvas. É isso! Você transformou minha vida num Grande Prêmio: cronometrado e sem direito a erros.

Você é pão duro, Tempo. Pão duro e omisso. Sempre que preciso de você, você manda a Pressa em seu lugar. Mas o que mais me irrita é essa sua prepotência, essa sua boçalidade, essa determinação cega de nunca voltar atrás. Isso me deixa louco da vida. Sua sorte é que estou sem tempo agora, senão…

Os onze ingredientes de uma pizza

Não são uma, nem duas.

São onze denúncias de "atos secretos" - nem tão secretos assim - envolvendo o presidente do senado, José Sarney. Entre elas, repasse de informações privilegiadas, sonegação de impostos, nomeação de parentes e agregados para cargos na instituição por atos secretos e desvio de dinheiro para contas no exterior.

Todas, pasmem-se, foram arquivadas. E, como se não bastasse, arquivadas pelo Conselho de Ética!

Ética...

Característica, esta, que deveria ser quesito mínimo dos senhores que estão no senado eleitos representantes da sociedade brasileira.

Característica que, no entanto, está designada à poucos.

E engana-se quem acha que qualquer outra nação goste mais de pizza do que a brasileira. Ou ainda quem acredite que outros a façam melhor.

Aqui é assim: cara-a-cara, olho no olho. Sem medo. A preparação é escancarada, desde a massa até a azeitona. Todo mundo vê, mas ninguém faz nada. Afinal, é só mais uma pizza, nem a última, nem a primeira.

Mas essa vai demorar à ser digerida, pois, nunca na história desse país, foram usados tantos ingredientes de uma só vez. Onze!

Pai inflacionado

Ser filho em 2009 ficou mais caro.

Isso por que, segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas), os presentes típicos do Dia dos Pais sofreram inflação de até 20% com relação a 2008.

O Blaizer Masculino, por exemplo, sofreu alta de 19,81%, enquanto a camisa masculina está 6,81% mais cara.

Seu pai não só vai ficar contente com o presente na data comemorativa como também em saber que ele está mais valorizado.

Mas nada é mais importante que o carinho e o amor demonstrados nesse dia tão especial.



Dia que, inclusive, não tem nada a ver com marketing, vendas, ou algo do gênero.

Não é?

Sobre dinheiro e felicidade

Dinheiro não traz felicidade.

É o que eu sempre ouço dizer desde criança.

Engraçado é que quando o fator financeiro não é o motivo de uma briga conjugal, ele, na menor das hipóteses, é pelo menos citado. Isso sem contar as noites mal-dormidas cujo o motivo é a severa preocupação com alguma prestação em atraso.

Eu não quero nem imaginar ter que depender do Sistema Único de Saúde caso um dia eu fique doente. Também não pretendo deixar que meus filhos estudem em escolas onde os professores trabalham a um nível de subsistência, em 3 turnos diários, sem as mínimas condições de lecionarem com qualidade.

Não quero ter de trabalhar a vida toda, e, com 65 anos, ter de gastar 60% da minha mísera aposentadoria com medicamentos.

E não me venham falar que isso é ser feliz, por que não é. Não consigo imaginar alguém contente com tudo isso.

Para mim esse famoso ditado de que dinheiro não traz felicidade foi feito por alguém extremamente frustrado. Alguém que não conseguiu ter tudo o que almejava, fez bico, e disse algo do tipo: "Deixa, eu nem queria mesmo!".

Por isso, vou lançar aqui um ditado mais adequado:

"Dinheiro não traz felicidade, mas paga o frete de tudo o que traz."

E não é que subiu?!

Após meses oscilando, o IBOVESPA volta a mostrar sinais claros de recuperação.

Bom para quem acreditou e comprou barato, já que esse ano alguns papéis chegam a ter uma valorização de mais de 40%.

E quem comprou caro mas foi forte o bastante para enfrentar a crise agarrado aos seus ativos, pode agora ter de volta seu capital investido e dormir, enfim, um pouco mais tranqüilo.


Todo mundo bem feliz, é verdade. Mas ninguém mais que o nosso presidente que vai se gabar pro resto da vida: "Eu não disse que era uma marolinha?! Eu não disse?!"






Nota Fiscal Paulista: A tradução do "Blá Blá Blá".

Domingo é o dia do tédio.

Principalmente de tarde quando você liga a TV na esperança de ver alguma coisa interessante e se depara com Faustão, Eliana e Gugu travando uma guerra intrínseca não sei se por audiência ou superficialidade. Porém, no intervalo de um desses três programas, algo me chamou muito a atenção.

Foi uma propaganda do governo do estado de São Paulo onde um cidadão é questionado sobre a razão pela qual ele não pede a Nota Fiscal Paulista (NFP). Então ele responde com vários "Blá Blá Blás" dando a entender que não existem motivos para não se participar do programa.

Pensando nisso, resolvi traduzir esses "Blá Blá Blás" descrevendo aqui os motivos que me levam a acreditar que não é correto pedir a NFP aos estabelecimentos.


- Por que sonegar?

Ao abrir uma empresa, você tem que ter em mente que o estado será seu grande sócio majoritário. Ele estará lucrando quando sua empresa lucra ou quando ela está deficitária. Lucrará quando você contrata um funcionário através dos encargos trabalhistas, e em todos os processos de benificiamento de matéria prima até chegar no produto final.

Essa alta carga tributária (diga-se, alimento para a corrupção) é o grande motivo pelo qual as empresas optam por sonegar seus impostos. Assim como, em parte, também é responsável pelo alto índice de falência precoce das empresas de pequeno e médio porte.


- A obrigação de fiscalizar é nossa?

O estado está repassando uma obrigação que é dele (de fiscalizar quem sonega ou não) para a pessoa física.

Fato é que o Brasil é um dos países onde se paga mais impostos. E, ao invés de diminuir essa carga tributária para que as empresas não precisem sonegar para se manterem "vivas", o governo cria um programa que inibe o desenvolvimento do empreendimento, quando, na verdade, sua função seria a de incentivar.


- Desconto em títulos do estado (como o IPVA, por exemplo)

Através da NFP, os estabelecimentos passam a pagar mais ICMS. Esse custo, obviamente, é passado para o consumidor. O estado incentiva a população a pedir a NFP com o intuito de arrecadar mais impostos, e, em troca, oferece uma insignificante percentagem de desconto em títulos de dívidas públicas que você venha a ter. O problema é que esses descontos não serão nem de longe maiores que o que pagaremos a mais por produtos e serviços nos estabelecimentos. Isso significa que o maior prejudicado acaba sendo o próprio consumidor.

Outro fator importante é que o governo estará ciente de tudo o que você gasta. Dessa maneira ficará acessível a ele o seu real poder de compra, e isso, definitivamente, não é bom.

Por esses motivos, não seje aliado da corrupção.

Ouça o "blá-blá-blá". Não exija a Nota Fiscal Paulista!

O País do futuro

Brasil!
Terra fértil onde tudo se planta.
País do futebol, das mulheres bonitas, do samba.
Do Maracanã, do Pantanal, da Garota de Ipanema. E da Cidade Maravilhosa onde mora o Cristo Redentor que permanece de braços erguidos como se esperasse mais um assalto.
Nada de novo no país do futuro. E aqui, como sempre, vale de tudo.
Vale filha matar os pais pra ficar com a herança e depois ainda ter regalias na prisão.
Vale político construir castelo em Minas Gerais enquanto crianças morrem de fome lá no sertão.
Vale traficante fugir de presídio de segurança máxima pelo portão da frente.
Vale lei seca, vale reforma ortográfica... Vale mensalão.
Mas tenho boas novas, caros amigos. Nem tudo está perdido!
Já mudou muita coisa aqui na terra tupiniquim.
São proibidos jogos de azar, como bingo e caça-níqueis, mas fique à vontade se quiser apostar na Mega-Sena.
As drogas também são proibidas, pois geram violência. Mas você pode pedir para o seu filho ir ao supermercado comprar uma garrafa de pinga e um maço de cigarros.
Criamos também o Bolsa Família que ajuda a aquecer a economia dando peixe pra quem poderia ser ensinado a pescar.
E todo ano batemos recordes e recordes de exportação de matéria prima para depois importarmos o produto acabado por um valor doze vezes mais caro.
Sem contar que ainda somos obrigados a trabalhar quase quatro meses do ano para financiar isso tudo!
O fato é que realmente somos o país do futuro. Porém, jamais deixaremos de ser.
Pelo menos até que alguém invente um jeito do Brasil se tornar o país do presente.

O dia...

Levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia que terei hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças a Deus por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por terem me concedido a oportunidade de conquistar o que almejo.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter um emprego.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ele ter me dado um lar.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de conhecer pessoas novas.
E, no fim da noite, se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter o amanhã para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser que ele seja. E sou eu o escultor que pode lhe dar forma.
Tudo só depende de mim.

Entenda a origem da crise

O momento delicado que vive a economia mundial devido à crise financeira que tomou conta das principais manchetes de todos os jornais teve início nos Estados Unidos, em Março de 2007.

Naquele período, a economia americana estava sublimemente saudável. Isso fez com que surgisse um sentimento de “quero mais” nos investidores, nos bancários e até mesmo nas pessoas comuns que passaram a comprar descontroladamente em função do excesso de crédito disponível no mercado.
Com dinheiro de sobra e visando maior lucro, as financiadoras começaram a confiar demasiadamente nos chamados “subprimes” que são empréstimos de segunda linha, ou seja, linhas de crédito para quem não tem um bom histórico de pagamento de dívidas.

O então bom momento econômico, que além das excelentes condições de financiamento ainda incluía baixíssimas taxas de juros, fez os americanos se entusiasmarem e se endividarem com a compra de imóveis.



As financiadoras, por sua vez, transformaram os empréstimos hipotecários em títulos, e os venderam à outras instituições financeiras. Devido à grande de inadimplência, esses títulos hipotecários passaram a ser considerados papéis podres (sem liqüidez), dando origem a uma quebra bastante significativa no faturamento dos bancos envolvidos.

Temendo pelo pior, os correntistas e acionistas dessas instituições procuraram retirar todos os seus ativos na tentativa de evitar que eles se desvalorizassem, piorando ainda mais a situação do sistema bancário norte-americano e originando essa crise generalizada que demonstrou uma fragilidade inescrupulosa do sistema capitalista.

A primeira vez...

Quem não se lembra do primeiro beijo ou do frio na barriga sentido na primeira apresentação de um trabalho escolar?
A primeira entrevista de emprego ou a primeira vez que pegou um carro sozinho?
O primeiro dia de trabalho, e, mais importante ainda, o primeiro salário?
O primeiro dia na escola e a primeira prova na escola...
Não é tão diferente de uma primeira postagem em um blog. Você sabe que pode fazer, mas não sabe muito bem por onde e como começar.
E a dúvida sobre o que virá a partir do primeiro passo é a mesma em todas as situações.
Talvez, e muito provavelmente, a primeira vez não sairá com perfeição.
Talvez a insegurança seja maior do que o desejo de continuar.
Talvez o começo seja tão excitante que aumente o desejo de continuar.
Quem sabe?
Mas a graça está na incerteza. A primeira vez é a prova concretizada de que você é audacioso o suficiente para ao menos tentar.
E no meu modo de ver, o primeiro passo é a chave do portão que leva ao desconhecido, a um mundo de coisas novas.
E esse mundo me atrái pelo simples fato de não conhecê-lo ainda.
Mas essa ainda é só a primeira vez...

O caminho não escolhido

Num bosque amarelo dois caminhos se separavam
Lamentando não poder seguir os dois
sendo apenas um viajante, fiquei muito tempo parado
Olhei para um deles tão distante quanto pude
Até que se perdia na mata;
Então segui o outro, como sendo mais merecedor
E vendo, talvez, melhor direito
Porque coberto de mato e querendo uso
Mostrava que os que por lá passaram
o tinha realmente percorrido de igual forma.
E ambos ficaram naquela manhã
Com folhas que passo nenhum pisou
pois aguardei primeiro o outro dia.
Mas depois de muito refletir
E, embora sabendo que esse caminho levava para longe,
Embora duvidasse que algum dia pudesse voltar
Disse suspirando,
Em algum lugar, depois de muito e muito tempo:
Em um bosque amarelo, dois caminhos se separavam, e eu...
escolhi o menos percorrido.
E isso fez toda a diferença.


Robert Frost, 1916