Sobre a China, países dos BRIC's e perspectivas futuras.

A principal vantagem chinesa em relação a outros países emergentes, entre eles o Brasil, sem sombra de dúvidas, é o baixo custo da mão-de-obra. Não por acaso a China consegue há alguns anos manter um crescimento anual do PIB acima dos 7%, turbinado pela exportação de seus produtos que invadem e ganham mercados através de uma concorrência absolutamente desigual de preços.

No entanto, algo tem mudado no destemido país oriental. O nível de tolerância da classe produtiva às condições precárias de trabalho, ausência de direitos humanitários e também aos baixos salários pagos pelos donos dos meios de produção tem sido cada vez menor. Greves, paralisações e manifestações reivindicativas têm acontecido com muito mais freqüência desde que a China passou a figurar entre as maiores economias do mundo. A reportagem de 25 de julho de 2010 do jornal O Estado de S. Paulo, “China enfrenta ‘revolta’ da mão-de-obra” refuta claramente a idéia de perpetuação desse modelo sistêmico de capitalismo em que o principal prejudicado é o trabalhador que não compartilha desse imenso progresso econômico que o país tem deleitado. De fato, as circunstâncias atuais prevêem o início de uma crise interna de caráter social na terra de Mao Tse-Tung, e que os demais países dos BRIC’s, principalmente o Brasil, podem tirar proveito.

Brasil e Índia, hoje, dentre os chamados países dos BRIC’s, são os que possuem melhores relações internacionais com as grandes potências do globo. Isso se deve ao fato de que, ao contrário da China e da Rússia, os dois primeiros são regidos por governos oriundos de uma democracia bastante solidificada.

Nos últimos anos, os resultados das políticas econômicas e sociais aplicadas pelo governo brasileiro elevaram não só o índice de confiabilidade perante o mercado internacional como também o PIB per-capita e as atividades produtivas do país. Isso, somado à grande faixa territorial existente e o clima equatorial que abrange grande parte do território nacional e que favorece o desenvolvimento agropecuário, nos dá uma idéia bastante otimista sobre a posição que o Brasil ocupará no futuro num contexto global.

Hoje somos um dos principais exportadores de commodities do mundo. Com um incentivo maior ao beneficiamento dos produtos, mudanças legítimas e imediatas nas legislações tributária e trabalhista, e uma continuidade nos programas sociais e de expansão ao crédito, o Brasil pode, em breve, vigorar entre as 10 maiores economias do mundo. E o mais importante: através de um crescimento gradativo e sustentável, diferentemente do que assistimos hoje no populoso território Chinês.

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